sexta-feira, 17 de julho de 2009

Filmes Para Ver Antes de Morrer


De Volta Para o Futuro




Quantas vezes você já viu?

Um clássico oitentista. Talvez seja essa a melhor forma de definir o longa “De Volta Para o Futuro”, um daqueles filmes que sempre nos dão prazer em rever. Eu mesmo já o tinha visto diversas vezes (pelo menos umas sete ou oito, acredito), mas, mesmo assim, resolvi realizar mais uma sessão reprise nos últimos dias. Até mesmo porque eu já não o via há um bom tempo, alguns detalhes haviam sumido da memória e, já fazia cerca de um ano, tinha comprado a caixa com os três episódios da trilogia e ela, simplesmente, continuava intocada. E é interessante constatar como o filme envelheceu bem. Coloca-se ainda como uma diversão juvenil extremamente eficiente, com um roteiro redondo e ritmo impecável.

Dirigido por Robert Zemeckis (que também escreveu o roteiro ao lado de Bob Galé), o filme é mais um rebento da revolução promovida por Steven Spielberg. Zemeckis é um dos mais fiéis discípulos da escola do gênio por trás de “Tubarão”, “Os Caçadores da Arca Perdida” e “E.T.” e, neste longa sobre um carro que viaja no tempo, ele demonstra que aprendeu direitinho todas as lições transmitidas pelo mestre (não é à toa que Spielberg foi o produtor executivo). Ou seja, uma trama até mesmo banal, que poderia ser encontrada em vários quadrinhos de ficção científica ou filmes B, comuns na Hollywood de décadas anteriores, transforma-se em uma película classe A, garantindo diversão com um acabamento de primeira.

Esse acabamento “classe A” já pode ser vislumbrado logo na primeira sequência, que lembra muito o estilo Alfred Hitchcock de filmar. Nela, a câmera mostra, sem qualquer pressa, os objetos presentes na casa-laboratório do Dr. Emmet Brown (Christopher Lloyd), um cientista maluco cujo visual nos remete imediatamente a Albert Einstein (que dá nome ao seu cachorro, inclusive). Logo em seguida, surge no ambiente Marty McFly (Michael J. Fox, então um astro da TV americana na série “Fammily Ties”), um jovem de 17 anos que pergunta se o cientista está em casa. Pronto! Assim, em pouco tempo, já sabemos que Marty é o jovem ajudante desse “professor Pardal” cinematográfico.

Aos poucos, também vamos conhecendo a família totalmente disfuncional de Marty. Seu pai, George (Crispin Glover), é um derrotado que sofre humilhações nas mãos do seu chefe, Biff. Sua mãe, uma mulher frustrada com o casamento que acalenta ilusões de felicidade. Seus irmãos também parecem estar direcionados a destinos não muito felizes ou promissores. Na verdade, o trabalho ao lado do Dr. Brown, além de sua namorada, são os refúgios de Marty diante dessa realidade não muito animadora.

Contudo, o Dr. Brown está trabalhando em um novo experimento extraordinário. Uma máquina do tempo na forma de um automóvel DeLorean (a mais estilosa máquina temporal já concebida, imagino). E assim, devido a algumas peripécias ocorridas durante a primeira experiência com o DeLorean, Marty acaba indo parar no ano de 1955, pouco tempo antes de seus pais se conhecerem e originarem o romance que futuramente geraria o próprio Marty e seus irmãos. Contudo, além de ter que fazer o DeLorean funcionar novamente (o plutônio responsável pela energia do veículo acabara) com a ajuda de um Dr. Brown ainda bem mais jovem (e também ainda longe de inventar a tal máquina), Marty vai se ver na inusitada situação de ser o alvo da paixão de sua própria mãe o que pode trazer uma consequência gravíssima: se seus pais não se apaixonarem, ele próprio deixará de existir.

E assim se desenrola o engenhoso roteiro, que sabe misturar, como poucos, aventura, ficção científica e comédia, tudo perfeitamente dosado em sequências memoráveis e atemporais. Quem se esquece da fuga de Marty em seu skate improvisado pelas ruas de Hill Valley? Ou ainda de sua apresentação no baile em que seus pais se apaixonam? Creio que todos os que assistiram não esquecem.

É bom ressaltar que não só o roteiro é ótimo. A direção de arte é perfeita e o elenco está afiadíssimo. Inimaginável outro ator no lugar de Michael J. Fox no papel de Marty, assim como Christopher Lloyd está perfeito na pele do amalucado Dr. Brown. Crispin Glover, como pai de Marty, e Lea Thompson, com sua mãe, também estão ótimos, se divertindo à beça. E ainda vai um destaque especial para Thomas F. Wilson que faz Biff, um dos mais divertidos vilões da história do cinema. Importante destacar, ademais, o verdadeiro personagem em que se transforma a cidade de Hill Valley, com seus tipos, paisagem e elementos característicos, colocando-se como uma das mais memoráveis cidades ficcionais das telonas.

E mesmo das telinhas. A verdade é que “De Volta Para o Futuro” transformou-se em um clássico das locadoras (e, atualmente, das lojas de DVDs) e várias foram as oportunidades em que eu, ainda garoto, loquei a fita na antiga e saudosa“Vitória Régia”. Uma aventura atemporal e sem idade, capaz de agradar ao menino de 10 anos ou ao senhor de 60, que brinca com a imaginação do espectador. Afinal, quem não gostaria de ver como eram seus pais quando jovens? Ou, ainda, quem, pelo menos uma vez na vida, não teve vontade de alterar pelo menos um pouquinho o seu passado? Bons filmes estes, que conseguem agregar diversão à mais fértil imaginação.

Obs. A canção tema do longa, “The Power Of Love”, está disponível no post abaixo. É só curtir!

Obs 2. Uma curiosidade: o bêbado no banco da praça era o prefeito de Hill Valley em 1955. Detalhes como esse é que nos fazem ainda ter vontade de ver o filme mais uma vez.

Obs. 3: Também não deixe de ver as duas continuações, igualmente divertidas e inteligentes!

Cotação: * * * * * (cinco estrelas)
Nota: 10,0!!!
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