domingo, 27 de setembro de 2009

Nas férias


Atualmente, encontro-me em período de férias (!!!!!!!!!!!!!) e, obviamente, estou também aproveitando para ver e rever alguns filmes, fazendo uma atualização do meu “repertório”. Abaixo, seguem alguns desses filmes com os respectivos comentários, mais breves do que as costumeiras resenhas, mas que, até mesmo por isso, talvez deixe tudo menos “cansativo”. Vamos a eles.

O Lutador – Talvez a maior injustiça no Oscar deste ano tenha acontecido com este longa de Darren Aronofsky. O filme sequer recebeu a indicação para o prêmio de melhor filme, num daqueles casos de franca estupidez da Academia. O drama de Randy “The Ram” Robinson (Mickey Rourke, ressuscitando das cinzas e indicado ao Oscar), é ao mesmo tempo triste e emocionante, sensível e reflexivo. Ele é um famoso lutador profissional de “Wrestling”, aquela luta livre encenada que é vista por muitos como brega e idiota justamente por ser “fake”. Entretanto, nem tudo é tão falso assim, já que várias das contusões e ferimentos acabam sendo verdadeiros. Randy já está em decadência, sendo admirado apenas pelos lutadores lado B dos confrontos em que ainda participa, quando tem diagnosticado um problema cardíaco que o impedirá de lutar de forma permanente. Paralelo a isso, vemos que a vida pessoal de Randy também é um desastre. Não fala com a filha (a lindinha Evan Rachel Wood) há muito tempo e procura manter laços com a stripper Cassidy (Marisa Tomei, ótima no papel e um vulcão de erotismo), a qual possui um filho. O retrato de um ser humano que parece não ter mais saída, mas sem apelar para o sentimentalismo fácil. Muitos afirmam que Rourke não mereceria o Oscar por estar meio que representando a si mesmo no papel. Entretanto, talvez seja mais difícil dar vida a um personagem que nitidamente tem semelhanças com o próprio ator, pois que é fácil descambar para a caricatura nesta situação. Filme para ser visto e revisto e talvez ele é que deveria ter recebido o prêmio de melhor filme em 2009 (embora eu também tenha gostado muito de “Benjamim Button”). Merecidamente, recebeu o Leão de Ouro no Festival de Veneza do ano passado.
Nota: 10,0.

...E Deus Criou a Mulher – Filme que catapultou a sensualíssima e linda Brigitte Bardot ao estrelato. Com apenas 22 anos na ocasião,o diretor (e seu marido) Roger Vadim a transformou num símbolo sexual atemporal, adquirindo um status semelhante a Marilyn Monroe, numa das maiores “histórias de corno” já filmadas, no melhor estilo Santelmo (lembram do personagem de Chico Anysio?). Ela faz o papel de Julliette, uma órfã de 18 anos que se envolve com dois irmãos. Ela é apaixonada pelo mais velho, Antoine (Christian Marquand), mas se casa com Michell (Jean-Louis Trintignant), gerando um triângulo amoroso fadado à tragédia. Aliás, um quadrilátero, já que o empresário Eric Carradine (Curd Jürgens) também é apaixonado por Julliette. Brigitte faz o papel de uma personagem que é uma verdadeira força da natureza. Ressalte-se que, até para os padrões de hoje, não dá para classificar o filme como “recatado” (para se ter uma ideia, na primeira sequência do filme ela aparece nua). Dá para entender então o furor que causou à época do seu lançamento (em 1956). O visual de Bardot no longa iria influenciar, inclusive, a moda feminina que se seguiu e até hoje continua inspirando a indústria e fazendo a cabeça de muita mulher por aí. A seqüência de Julliette dançando mambo, descalça, já ao fim do longa, é memorável (e capaz de levantar até defunto)!
Nota: 8,5.



Tarde Demais Para Esquecer – Já este aqui é uma das grandes histórias “de mulherzinha” da história do cinema. Um clássico com os astros Cary Grant e Deborah Kerr que serviu de inspiração para milhares de comédias românticas posteriores (a mais notável delas, “Sintonia de Amor”). Na realidade, trata-se de uma refilmagem de “Duas Vidas”, filme de 1939 dirigido pelo mesmo diretor, Leo McCarey, mas com muito mais charme na segunda oportunidade. Nickie Ferrante e Terry McKay, ele um playboy e ela uma ex-cantora, se encontram e se apaixonam em um cruzeiro. Entretanto, ambos estão noivos. Apesar disso, combinam um encontro no alto do Empire State Building para dali a 6 meses, tempo suficiente para terem certeza de seus sentimentos e acabarem com seus respectivos compromissos. Entretanto, um acidente coloca em risco o encontro e a felicidade do casal. Sofrido e choroso, mas sem jamais descambar para o pieguismo barato, esse é um daqueles filmes para se ver de preferência bem acompanhado (a). Mas mesmo sozinho vai funcionar. Seu romantismo assumido, pontuado pela memorável canção indicada ao Oscar “A Love Affair To Remember”, é muito bem vindo nestes tempos cínicos em que vivemos. Como demérito, apenas alguns números musicais com crianças bonitinhas, mas que ficam bem deslocados na trama, fazendo perder o ritmo do romance. Meninas, preparem os lenços...
Nota: 9,5.

Em breve, postarei mais comentários sobre os filmes das férias. Aguardem!
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